terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

Piaf


Piaf- La Môme (2007)
Oliver Dahan

Oscars 2008. Envergonhada admito que não vi quase nada [nem tão envergonhada assim, porque Oscar é balela e todo mundo sabe]. Vi apenas um, Piaf [e paramos por aqui porque o resto da tradução é muito brega]. Fui por dois motivos: adoro a Edith Piaf [duvida? olha ae meu last.fm], e adoro filmes franceses [duvida? vê os filmes de que eu já falei]. Bom, fui sozinha, numa bela tarde do ano passado, no Reserva Cultural [porque preguiça pouca é bobagem,praticamente só vou no cinema que fica instalado no prédio da minha faculdade].

O filme, é uma cinebiografia da cantora francesa, Edith Piaf [na realidade: Édith Giovanna Gassion, Piaf é passáro em francês, uma referência à sua voz poderosa, e ao seu tamanho ]. A história é contada de forma não linear , entrelaçando os momentos de sua vida com performances [Marion Coutillard, que interpretou Piaf e ganhou o Oscar não canta de fato as músicas. É tudo Piaf, isso porque os produtores acharam, com razão, que ninguém conseguiria interpretar as músicas com tamanho talento.]

A não-linearidade, nos leva cada vez a um momento diferente da vida de Edith, mas o resumão é esse: Edith, filha de uma mãe alcoolatra, é abandonada por esta e passa a cantar com seu pai [que era mágico], pelas ruas de Paris. Até ele ir para a guerra, quando Edith passa a morar com a avó paterna numa casa de carinho (é, num puteiro). Mais velha ela passa a cantar nas ruas denovo, até ser contrata por seu primeiro mentor, Louis Lepleé (Gerard Dipardieu) a quem chama de papai. Com a morte dele , ela volta às ruas, mas logo é re-descobrida, e encontra o sucesso. Mas não pense que o dramalhão acaba por aí. Edith, que nunca teve muita sorte no amor, se apaixona loucamente pelo boxerador casado Marcel, mas este morre num acidente de avião quando ia visitá-la em Nova York [sim, ela morou por lá uns tempos, mas nunca aprendeu a falar inglês.] Aliás, a cena em que Edith descobre que Marcel morreu é uma das mais poderosas do filme. Digo, "umas das" porque todas as cenas das performances de Piaf são lindas. Marion consegue passar a mesma paixão que Piaf passava no palco.

Preciso dizer, que esperei o filme todo para ouvir "Non,Je ne Regrette Rien". A música só chega no finzinho depois de vermos a cantora passar mal no palco algumas vezes, sua garra para voltar a cantar, seu vício e internação em clínica de reabilitação [ela tomava dez doses de morfina por dia]. Depois de tudo, parece que a vida da cantora se resume nessa frase: Non, je ne regrette rien (não me arrependo de nada.). Aliás, é o que ela mesma diz, quando ouve a música, composta por um soldado. A cena final é emocionante:
Tudo para se chegar ao fim, e perceber que:
"Non! Je ne regrette rien
Ni le bien qu'on m'a fait
Ni le mal tout ça m'est bien égal!"

Ou seja, "o mal ou o bem, pra mim são iguais". O importante é o grande legado que essa cantora deixou, e isso, ah! isso, o filme mostra muito bem!



Apresentação de Edith Piaf "Non, je ne regrette rien".



Marion Coutillard em Piaf.

0 diretores frustrados se pronunciaram: