quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Rei do Elogio

Apareci para fazer meu post mensal, eu até já fiz um esse mês, mas estava sentindo falta dos meus textos duvidosos.
Como não é só de cinema que vive o homem, eu resolvi postar sobre outra coisa. Não, não falarei de Susana Vieira nem de Madonna. Escreverei sobre aquela outra coisinha que ocupa a maior parte do meu dia, aka, minha profissão.
Pros mais desinformados, eu me formei! Já posso ticar o quadradinho de grau superior completo, e deixar a lenga lenga de ser estudante para traz, agora eu sou publicitária.\o/
PUBLICITÁRIA de primeira, não é Silvia?

Então que uma parte bacana de ser publicitária é ver uma campanha legal dar certo, e nos cativar. E é isso que tem acontecido com a acampanha do Rei do Elogio da Sprite que vem para reforçar o posicionamento " Zero Açúcar, Zero de Enganação" do refirgerante.

Basicamente, o que temos é um personagem, o Rei do Elogio, que adora elogiar tudo e a todos com seus adjetivos no mínimo peculiares. Eu juro que tentei escrever uns aqui, mas tal habilidade não é para todos.

Mas dá pra ouvir e ler os elogios estrogonoficamnete invejáveis no site do Rei do Elogio, onde ele fala, fala, fala, fala e fala um pouco mais no mais kitschs dos recintos.Dá pra baixar os toques de celular, wallpaper e emoticon. Já imaginou ser acordada com alguém falando " Um dia rocambolesco para a menina mais charmosética."
O moço ainda tem um twitter, que eu sigo e recomendo, fico animada toda vez que a janelinha do Firefox sobe com uma mensagem dele, e anoto os elogios novos pra tentar pegar gatinhos na balada depois.

Juro que ninguém vai se arrepender em entrar lá no site, aliás onde mais você encontraria três flamingos rosa looooosho??? na minha casa em Miami, mas isso é outra história.


Continua sendo Acossado a Zelig, então:
- CORRAO ver Vicky Cristina Barcelona. Um dos melhores trabalhos do Wood
y, my master.

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Control

Só vi dois míseros filmes nessa Mostra de Cinema, os dois sobre bandas, os dois no vão do MASP. Os dois me fizeram ouvir loucamente as bandas em questão. E eu recomendo ambos os filmes ( e bandas ) fortemente.

Control


Cine biografia de Ian Curtis, vocalista de Joy Division.
She´s lost control tem que ser uma das melhores músicas do mundo.


O outro fica pra outro dia.


quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Taxi Driver


Taxi Driver - Martin Scorsese


É incrível como a sociedade contemporânea é obcecada pelos anti-heróis. A literatura, tv e cinema estão povoadas deles, que são imorais, arrogantes, malvados, mas ninguém pode negar que todos têm seu charme.
O cinema dos anos 70 produziu os anti heróis mais memoráveis da história, como o inglesinho fã de ultra violência (fica pra outro post) e um americano revoltado. Hoje a gente fala do americano, Travis Bickle, retratado com perfeição por Robert De Niro em Taxi Driver.

Travis é um cara do interior que decide ganhar a vida em Nova York, e acaba virando taxista, no turno da noite, na Nova York dos anos 70. reflitaok.
É lá que ele convive com gente da pior espécie, "refina" seus conhecimentos sobre a raça humana, e decide tomar justiça com as próprias mãos. Saí em diante, ele dedica seus dias a se preparar para o dia em que irá limpar Nova York de toda a sua sujeira e suas noites a transitar pelos piores becos da cidade.
Vitima do sistema, louco, fruto do ambiente, pode chamar do que quiser, mas Travis não é o primeiro nem o último a sucumbir diante de toda a pressão da cidade grande e sair de tudo isso impune. [ insira aqui sua opinião sobre o final polêmico porque cada um tem a sua e eu nem quero comprar briga com as pessoas que caem aqui procurando fotos do filme Adeus, Lênin].

Um filme magistralmente dirigido por Scorsese, com a presença da menina Jodie Foster e com trilha sonora de Bernard Herrmann, colaborador de Hitchcok.
Mas nada disso teria sentido sem a brilhante atuação de DeNiro:


sexta-feira, 12 de setembro de 2008

O melhor trailler de todos os tempos, para o único filme de suspense que eu acho realmente bom.

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

Os Incompreendidos


Le quatre cents coups - François Truffaut (1959)


Já que eu estava falando de Paris mesmo, vamos continuar no assunto e partir pra um
dos meus filmes favoritos: Os Incompreendidos, obra-prima do Truffaut, my master.
Algumas coisas sobre esse filme: é considerado o primeiro filme do movimento francês
Nouvelle Vague (sabe aquele do Godard? Godard da música do Renato Russo, ah! vocês entenderam) e é também o primeiro filme do Truffaut, aka, stalker do Hitchcock, mas isso fica pra outro post. O filme é autobiográfico e faz parte de uma coletâna de filmes sobre o mesmo personagem: Antoine Doinel. Os filmes acompanham Doinel desde os 10 anos até o último filme: Amor em fuga ( L´amour en fuite), onde eu calculo que ele tenha seus 30 e poucos anos.

Antoine Doinel é odiado por sua mãe, desprezado por seu padastro e castigado por seu professor, ou seja, tá na merda, resolve morar nas ruas de Paris até conseguir abrigo com um amigo, mas acaba parando num reformatório.

A história em si não é o que mais atrai nesse filme, mas sim a forma como ela é contada. Na Nouvelle Vague o que importa é a realidade e que ela seja retratada de
uma forma correta, a mala do André Bazin até escreveu umas "leis". Então, o tempo morto não é cortado, como a primeira cena na escola, e cenas aparentemente sem importância estão lá, por que afinal no mundo real é assim.



Cena de abertura de " Le 400 coups". Música tema MARAVILHOSA, em Caps Lock mesmo!


As criances fogem da educação física em qualquer país.

domingo, 7 de setembro de 2008

Paris, eu te amo

Paris, je t´aime (2006) - vários
Enlouquecida por Paris que eu sou, já assisti a esse filme milhares de vezes, trata-se de uma compilação com 20 curtas sobre a cidade luz.Os curtas contam com a direção de nomes como Gus Van Sant, Cuáron, Wes Craven e Walter Salles.
Como eu sou uma alma caridosa, colocarei os melhores vídeos aqui:


Faubourg Saint-Denis de Tom Tykwer
Curta com Natalie Portman, retrato tocante de uma relação.


Tour Eiffel - Silvia Chomet
Mímicos podem ser legais.


Agora alugue o DVD que tem muitos outros que o YouTube não me permitiu achar.

Mais Paris


Clipe do grupo Snow Patrol para a música Open Your eyes, essa filmagem foi feita por Claude Lelouch em 1976 e faz parte do filme C´etait um rendez-vous. O passeio começao as margens do Sena e termina ao lado da Sacre Coeur em Montmartre. *-*

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Annie Hall

Eu poderia fazer um texto gigantesco sobre esse filme, mas eu vou deixar o Woody falar por mim. Com vocês a melhor abertura de um filme:

quinta-feira, 28 de agosto de 2008

Na natureza selvagem


Into the Wild (2007) - Sean Penn

Direção competente de Sean Penn, não conhecia muito do trabalho dele, só o curta que representou os Estados Unidos na compilação 11/09.
Atuação ótima de Emile Hirsch tenho crush eterna e quero me casar , paisagens lindas, tomadas maravilhosas, ótimos personagens secundários e trilha sonora todinha feita pelo Eddie Vedder. *-*
A história? Menino decide largar tudo e ir atrás da Natureza Selvagem, queima dinheiro, larga o carro,não dá sinal de vida pra família e passa por lugares inacreditáveis, acampa onde dá, e pede carona até chegar ao Alasca, onde vive três meses no meio do nada, sua única compania são ursos e o ônibus aí da foto. Baseado numa história real, tem fim emocionante e um personagem principal bem construído como nunca antes tinha visto!

quarta-feira, 27 de agosto de 2008

A vida dos outros



Ok, vamos fazer uma checklist:

Oscar (check)
História que se passa nos anos comunistas da Alemanha Oriental (check)
Espionagem no melhor estilo 1984 (check)
Ator quarentão bonitão (check)
Escritor bonzinho querendo fazer uso de sua liberdade de expressão mas impedido pelo regime (check)
Escritor quase sendo descobrido algumas vezes (check)
Espião bonzinho com compaixão no coração (check)
Traição e sangue (check)
Final bonitin que faz os olhos encherem de lágrimas (check)
Clichês

I´m back, beibe

Esse blog esteve morto por mais de 2 meses, graças ao combo de correria do TCC + férias no interiorrrr + viagem (*-*) + estágio (\o/). Resolvi retomar com isso aqui, mas de uma forma diferente. Não dá mais pra fazer aqueles textos semi-longos de qualidade duvidosa, de hoje em diante trabalharemos assim: foto do filme + razões pra assistir.
Vou tentar postar aqui todos os dias, e vocês tentam entrar aqui eventualmente! \o/

;)

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

Margot e o casamento










Margot at the wedding (2007) Noah Bymbach

Do mesmo diretor de "A lula e a baleia", que por sua vez foi produzido pelo genial Wes Anderson, diretor de filmes como "Os excêntricos Tennembauns ". Além dos figurões por tras do filme, temos: relações familiares bizarras à beira do caos, mulheres de personalidade forte e controladoras, ótima atuação da Nicole Kidman, complexo de Édipo, praia estilosa da costa leste americana, e o Jack Black!
Comédia de humor negro melhor não há!

sexta-feira, 20 de junho de 2008

O escafrando e a borboleta




Le Scaphandre et le papillon
Julian Schnabel

Ando meio sumida, mas meu sumiço tem nome e sobrenome: Trabalho de Conclusão de Curso.
Sim, ele mesmo. Sabe tudo o que você já ouviu sobre ele? É bem pior!

Mas partindo para assuntos mais agradáveis, tá rolando um Festival de Cinema Francês no Reserva Cultural, e como eu acho ouvir alguém falar francês mais chique que caviar, resolvi ir assistir, também tem o fato deles passarem Canções de Amor, filme que eu toloca pra ver desde que não consegui ver na Mostra...

Ontem rolou a sessão de "O escafrando e a borboleta". Eu não sabia absolutamente nada sobre esse filme, apenas descofiava que ele tinha concorrido ao Oscar ou Globo de Ouro, na verdade foram 04 indicações ao Oscar, incluindo de Melhor Diretor (indicação muito mais que merecida), e assim fui surpreendida por um filme MARAVILHOSO, em caps lock mesmo.


Jean Dominique Bauby era o editor chefe da revista Elle Francesa, tinha dinheiro, mulheres, filhos lindos, carrão, até que um dia um derrame o leva ao coma, e quando acorda, é diagnosticado com a síndrome do lock-in (trancado dentro).

Je-Dom, para os íntimos, perde todos os seus movimentos, exceto o de um olho, e é com esse olho, e somente com ele, que consegue escrever o livro em que o filme foi baseado. Sim, é uma história real.

As primeiras cenas do filme acompanham o momento em que Jean desperta de seu coma, e todo o processo em que ele se acostuma com a sua atul condição. Só vemos o que Jean vê, imagens fora de foco, as piscadas, o som, a luz, tudo é filmado do ponto de vista de Jean, recém-acordado de um coma e imóvel em uma cama, sem entender o que acontece em sua volta, ele é incapaz de falar, mas nós somos capazes de ouvir seus pensamentos.

É angustiante ver as tentativas de comunicação de Jean, as pessoas que saem de foco, o som que se afasta, e a metáfora que ele faz do seu estado, um mergulhador imóvel e sozinho num mar imenso.

Ao passar do filme, vemos alguns flashbacks de Jean antes do acidente, e o progresso que o mesmo faz no hospital, como aprende a se comunicar (alguém fala o alfabeto para ele, e Jean piscava quando falavam a letra que ele queria, até formar palavras, sentenças, e um livro). O filme nos brinda com a incrível imaginação de Jean, segundo ele,a única coisa que lhe resta além de sua memória, em cenas ótimas como seu banquete de ostras, suas divagações sobre a solidão.

O incrível não é só a lição de vida que o filme passa, poxa, ele não podia mais se mexer e escreveu um livro! UM LIVRO! Escreveu um livro piscando, ele sobreviveu a ter que passar os dias consigo mesmo, sem poder se comunicar ou sentir nada, dependendo de todos, e não desistiu. E ainda assim, temos esperança de que ele vá melhorar, ao menos voltar a falar, pelo menos cantar ele consegue!
Então, eu recomendo esse filme por inúmeras e inúmeras razões, mas eu cito as mais importantes:

- Cenas lindas e inusitadas.
- O modo de filmagem, na maior parte do filme vemos o que um olho de Jean vê.
- Trilha sonora maravilhosa
- Direção IMPECÁVEL, um post a parte, eu diria. Repare na cena em que suturam o olho de Jean, parece estranho falando assim, mas reparem. Ângulos inusitados, e controle de camera maravilhoso.
- Atuação impecável.
- Metáforas fortes e lindas
- E uma cena, que eu levarei pra sempre comigo: - Jean acaba de receber seu carro novo, entra nele e sai por Paris, eis que entra o tem do filme "Os Incompreendidos", eis que eu quase choro e me arrepeio inteira, eis que eu vejo umas das cenas mais lindas de Paris que o cinema já mostrou.







Trailler do Filme.

Deu pra perceber que é bom, né? Então eu vou voltar ao meu TCC, e você faz o favor de ir assistir ao filme, okay?


sexta-feira, 9 de maio de 2008

Sonhado Acordado

Pôster de Science des reves *tudo é mais lindo em francês, né?*


- Mirele, tu viu que o novo filme do Gondry tem o Gael no elenco?
*Mirele - Gaelpegael parece estar offline*

Pois é, surtei. De vez em quando alguma alma iluminada resolve juntar um bocado de coisas muito legais num filme só. Foi o que aconteceu com Sonhando Acordado, que por implicância da escrevente com o Sindicato de Tradução vai passar o post todo chamando o filme de Science of Sleep.

O filme que teve a infeliz missão de proceder o excelente Brilho Eterno de uma Mente sem Lembranças, trabalho anterior do diretor, tenho que concordar que Brilho Eterno realmente é superior. Mas as caracteristicas Gondryanas [existe isso? deveria.] estão presentes.
Aqui a memória é trocada pelos sonhos, a narrativa passa a ser linear, mas a qualquer momento você pode se deparar com uma cena de sonho que parece realidade que parece sonho
Ah, eu disse que se passa em Paris e é protagonizado por ninguém menos que Gael Garcia Bernal?

Gael interpreta Stéphane, rapaz que acaba de retornar do México após a morte do pai, para morar em Paris, onde reside sua mãe. Stéphane é o tipico sonhador, a primeira cena já se passa no subconsciente do personagem enquanto ele dá uma receita de sonhos pefeitos. Um belo dia parisiense Stéphane conhece Stéphanie [Charlotte Gainsbourg,não sabe quem é meu bem? joga no google e baixa o CD dela, do pai dela, da mãe dela...], sua nova vizinha. Por motivos desconhecidos por minha pessoa Stéphane não diz que é vizinho de Stéphanie, porém sua ela vira seu objeto de afeto e sonhos. Aqui entra o Gondry que eu conheço e amo, as cenas de sonho são maravilhosas, litruz e litruz de papéis celofanes formam os cenários bem no estilão Gondry de ser, aqui os efeitos especiais de Mente Brilhante ganham reforço de efeitos de "feito em casa", stop motion e tudo mais que o Gondry já usou em seus clipes. Lindo de ver.
Então Stéphane passa a construir o relacionamento deles no seu imaginário [bom e velho amor platônico], e não conseguindo muito bem distinguir o real do sonho acaba dificultando as coisas com a vizinha, mas nada que uma cena fofa ou uma declaração bem feita não possa resolver.

A trilha de Jean Michel Bernard é uma gracinha de meldels. e não se esqueçam, nesse filme tem o Gael vestido de gatinho tocando bateria! Precisa de mais???



Precisa, uma explicação de rudéreu é esse Gondry aí, bom ele dirigiu os clipes mais legais que existem, e adora uma animação computadorizada, e um stop motion, duvida??? Clica em qualquer um dos links pra ver.

Fell in love with a girl - White Stripes
The hardest buttom to buttom - White Stripes
Star Guitar - Chemical Brothers


quinta-feira, 17 de abril de 2008


Chegou o dia de falarmos dessa moça que está sentadinho no banquinho ali do lado. Ah, a Audrey? Sim, a Audrey! Audrey Hepburn ícone máximo de classe e glamour em Hollywood, brilhou como atriz de comédias românticas nos anos 50/60, e é de lá que vem seu filme mais famoso, e também o objeto de estudo desse post.
Bonequinha de Luxo foi lançado em 1961, baseado num livro hononimo de Truman Capote, a estrela principal do filme inicialmente recusou o papel, achando-o muito vulgar, mas voltou atrás e fez um dos filmes mais importantes da história de Hollywood.

A bonequinha de luxo em questão é a misteriosa Holly Golightly, e somos apresentadas à personagem na famosa cena em que ela toma café da manhã na frente da joalheria Tiffany´s [ lembra que o nome original é Breakfast at Tiffany´s?]. Ali está estampado o que o filme tem de mais legal: a sua atriz principal. O roteiro é legal? É. a Direção é boa? É. Mas, eu digo que qualquer outra pessoa não daria metade do brilho pra essa cena, e pro filme todo, como Audrey deu, o filme é dela e ninguém tasca. Lógico que contamos com atuações inspiradas dos coadjuvantes, da competente direção de Blake Edwards [sim, o mesmo da Pantera Cor de Rosa], e humor *oi, Blake*.




Chique benhê.

Mas o que encanta é Holly, com seus vestidos luxuosos, falando português, tomando champagne de manhã, fumando e fumando.
Mas e o que raios essa Holly faz? Holly é party girl [vou deixar assim mesmo, porque nem o filme deixa as coisas muito claras], que começa uma amizade com um "escritor" [daqueles que não escrevem nada há uns 10 anos, sabem?] que por sua vez é sustentado por uma coroa. Enquanto os dois vão se conhecendo, vemos as aventuras de Holly na procura de um marido milionário. Então os dois brigam, fazem as pazes, brigam, até o final, e bom, é uma comédia romântica, né? Então já sabem...
O mundo de Holly é construído não só sob seus figurinos impecáveis, mas principalmente sob suas peculariedades, eis uma moça que tem um gato chamado "Gato", um apartamento sem mobília, e ganha 50 reais quando está num encontro e vai ao banheiro. Holly é aquela moça*clichê alert* tem medo de amar. E quem melhor que ajudá-la do que o escritor probetão, gente boa e bonito de doer?


Moon River



Então, meu bem, pegue seus paetês e vá ver esse filme já! Se você achar a história bobinha, babelitruz nos figurinos, nas festas, e no fato de Dona Audrey estar chique daquele jeito após apenas 03 meses de ter dado luz a um rebento. oO












quinta-feira, 10 de abril de 2008

Juno


Demorei tanto pra ver esse filme, quanto demorei pra postar aqui denovo, faz quase um mês! [Mas não se preocupem, eu sei que sentem falta de mim, mas aprometi a mim mesma que postarei uma vez por semana, todas as quintas!]
Então, Juno! Ouvi falar muito de Juno antes de assistir, desde amigos, a crítica, todos os olhos estavam nesse filme, e quando eu finalmente assisti, eu pensei: É isso? Não que eu não tenha achado bom, mas talvez todo mundo tenha falado demais, ou eu estava empolgada demais, o que não é nenhuma novidade. Mas, pra quem não viu [tem alguém?]:
Juno trata da gravidez inesperada da espivitada adolescente de 16 anos Juno [!]. O que encanta nessa história, além da trilha sonora fofa de morrer, é como o assunto é tratado com sinceridade, desde a linguagem de Juno [talvez eles tenham exagerado um pouquinho nas gírias], até os sentimentos da menina, e dos em volta dela.
Porque vamos combinar? Não é fácil ter 16 anos, ser diferentona no colégio, e quando você decide experimentar algo novo, você transa com aquele seu amigo legal que te dá bola, e Bomba! Fica grávida. é assim a vida de Juno, que agora tem que lidar também com os futuros pais de seu filho [oO]: a preocupada Vanessa e modernoso Mark, coloca na equação uma crush no futuro papai do seu filho, uma ciumeira danada do pai real e uma família meio treslocada.
Mas Juno mantêm a compostura e consegue esperar pelo melhor! Aliás, ela não ia passar por tudo isso de graça, né? Ela lida com problemas "de gente grande", e confia que no fim tudo dará certo.




Verão mais gorda de Juno

Além da ótima protagonista, o filme conta com momentos muito inspirados: O desabafo com o pai de seu filho, Bleeker: "Você não tem que ficar andando por aí com a prova de que dormiu com alguém", ou o novo apelido do pai: "Oi, versão mais gorda da Juno", ou o montão de Tic Tacs no correio, ou....


Okay, o filme é fofo, e o Michael Cerra também, perfeito pra um domingo.
Agora vou terminar de baixar Arrested Development [série com Michael Cerra, aka, Bleeker e Jason Bateman, aka, Mark]: Baixa a série aqui!


Elenco de Arrested Development: Família feliz reunida!


ps: Vi Tropa de Elite tbm: Overrated!

terça-feira, 18 de março de 2008

Cada um com o seu cinema


Hoje, após [mais] uma entrevista mal-sucedida [nem vou agonizar dias esperando o telefone tocar, okay?] resolvi ir ao cinema ver um daqueles filmes que você tem certeza que não vai sair em DVD porque, oras, só tá em cartaz no Cine Bombril.
Trata-se de "Cada um com seu cinema". O filme é um agregado de 33 curtas [de 03 minutos cada] de diretores de todos os cantos do mundo,e o projeto foi feito pra comemorar os 60 anos do Festival de Cannes, e passou lá no ano passado. Todos os filmes tratam de um tema em comum , Cinema [dãaar], mas em especial a relação telespectador-cinema.

Eu realmente gostei, não é todo dia que você vê Lynch seguido de Kar Wai [nem sei se foi nessa ordem], mas 33! 33 cansam. [principalmente com um casal de meia-idade se pegando na fila atrás de você]. Destaques:


Gus Van Sant - First Kiss
Em território conhecido do diretor, ele retrata o primeiro beijo de um jovem

Walter Salles - A 8944 KM de Cannes
Dois pernambucanos cantam sobre o festival.

Roman Polanski - Cinema Erotique
Acredite, é uma comédia. e muito divertida.

Nanni Moretti
(segment "Diaro di uno Spettatore")
Um dos melhores na minha opinião, pequenos relatos de um telespectador, toda a referência a Rocky Balboa é fantástica.

Claude Lelouch - Cienma de Boulevard
A história do diretor através de suas idas ao cinema e os respectivos filmes.

Abbas Kiarostami - Where´s my Romeo.
Lindo! A reação de várias mulheres ao final de Romeu & Julieta

Alejandro González Iñárritu - Anna




Lindo também. Aqui nós acompanhamos as reaçõe de uma cega ao "ver" um filme da Nouvelle Vague.

Trailler de "Cada um com seu cinema"









Ah, pra assistir o filme só no Cine Bombril que fica no Conjunto Nacional, então antes de ir ver a película [melhor, as películas], passe pela mostra "Magnum - 60 anos" no Espaço Caixa. Fotos de Henri- Cartier Bresson entre outros comemoram os 60 anos da agência Magnum [que ele fazia parte, dãr!]. Muito bom mesmo.

sexta-feira, 14 de março de 2008

Valentin











Alejandro Agresti

Hoje com dois posts curtinhos, porém necessários [já forcei a amizade com o post de Adeus, Lênin!]
Valentin trata do universo de um menino de 09 anos que vive na Buenos Aires dos anos 60 com sua avó,abandonado pela mãe, e com um pai que pouco aparece.O apelo aqui, é a imaginação do menino extremamente inteligente [vai ser a Amelie de calças portenho quando crescer, certeza]. E é do seu modo espirituoso [o menino tem uma maturidade incrível pra idade dele, ou eu não sei como se portam crianças de 09 anos] que ele nos narra sua tentativa de fazer amizade com a nova namorada do pai, a doença da avó [Carmer Maura, do MARAVILHOSO Volver], o seu relacionamento com o próprio pai. As coisas não vão sempre bem para Valentin, ele chega a exclamar "A vida é difícil", mas com sua imaginação e positividade inocente tudo pode melhorar, e Valentin contrói novos sonhos, e esses sim dão certo!
Aliás o filme tem um que de Amelie, incluindo a galeria de personagens secundários, como o vizinho pianista, e as manias do menino, inventar apretechos de astronautas, ou suas falas inspiradas "Não há nada de errado com os meus olhos, é o ângulo que está errado". Aqui a charmosa Paris é trocada pela nossa equivalente Buenos Aires [provavelmente o bairro de San Telmo.]


é o ângulo, Valentin! [fofo]

Eu tenho que pelo menos comentar o show do Interpol que rolou na terça-feira 11/03. Eu nem era muito fã da banda, conhecia o primeiro CD porque [por motivos não claros] o ouvi muito numa viagem que fiz. Na volta, resolvi ir no show, e passei a ouvir os outros dois CD´s [a nível de não ficar perdida como no show do The Killers e me arrepender depois]. O que acontece é que cheguei no Via Funchal sem muitas expectativas [além de babar no Paul Banks], mas fui felizmente surpreendida! O show começou com a ótima Pioneer to the falls, a primeira vez que Banks abre a boca e solta o vozeirão, é inacreditável. Mais felizmente a banda sabe intercalar músicas muito intimistas [como a maravilhosa The Lighthouse] e as animadas como Slow Hands [o povo cantando e dançando geral] e faz um show animado sim, nada de cavaleiros do rock dark indie, ou alguma baboseira assim digna do tosco Lúcio Ribeiro [que eu vi lá por sinal]. No quesito, entrosamento com o público, eles se pronunciam menos que o Arctic Monkeys [é possível!], mas quem conhce a banda sabe que eles estavam se divertindo e Banks ainda soltou um "You guys are fucking awesome". Nem precisava, era só olhar por guitarrista Daniel Kessler, e perceber que eles estavam sim, se divertindo.


Daniel Kessler, foto sofrível, mas a melhor que eu consegui, de modos que ele não fica parado um segundo. [povo de BH corre ver o show amanhã, sério!]








terça-feira, 4 de março de 2008

Adeus, Lênin!


A preguiça me fez pegar pedaços de um trabalho que eu fiz e transformar em um post.

Goodbye, Lenin (2003)
Wolfganger Becker


O filme começa com o episódio em que o pai do personagem principal Alex Kerner, deixa a família em Berlim Oriental para supostamente morar com outra mulher em Berlim

Ocidental. Muito abalada, a mãe de Alex, Christine Kerner dedica todo seu tempo a um novo casamento, desta vez com o regime comunista “Como nesse relacionamento não havia sexo, restava-lhe muita energia para nós crianças e o dia-a-dia sob o regime comunista”, diz Alex que além de personagem principal é o narrador da história.

Dez anos se passam e no dia da comemoração dos 40 anos da República Democrática Alemã (em alemão DDR), Christine tem um colapso e entra em coma ao ver seu filho em uma passeata contra o regime comunista. Ela permanece em coma durante 08 meses e também durante a queda do muro de Berlim e a reunificação da Alemanha.

Os problemas de Alex começam quando sua mãe acorda - ela não pode sofrer grandes emoções, pois isso levaria de volta ao coma -, Alex decide então “criar” em seu apartamento a Alemanha Comunista. A partir daí vemos os esforços do filho para que a mãe não descubra a verdade, para isso ele envolve em sua farsa sua namorada, sua irmã e o namorado desta, e também seu colega de trabalho Denis, um aspirante a cineasta que o ajuda a “fazer” reportagens sobre a finada Alemanha Oriental.

O filme trata de um tema delicado, a queda do muro de Berlim. A história é contada a partir dos olhos de um jovem da Alemanha Oriental, que tenta de todas as formas ir contra essa corrente de mudanças. Enquanto todos os alemães orientais queriam mudar, Alex permanece parado no tempo e se possível queria voltá-lo. Há outro tema principal do filme, a relação da mãe com seu filho, nesse filme ela se encontra invertida, já que é o filho que faz todos os esforços para a mãe.

Para retratar esse período único da história o filme se passa inteiramente em Berlim Oriental, logo após a queda do muro de Berlim, vemos então que o ambiente passa por mudanças, nessa época os alemães do leste estavam ávidos por produtos do lado capitalista. O atraso da cidade é retratado em seus carros, prédios, e até roupas que são usadas.

Alex encara sempre essas mudanças de forma positiva: “Os ventos da mudança pairavam sobre as ruínas da nossa república. No verão, Berlim era o lugar mais bonito do mundo. Nós estávamos no centro do mundo onde as coisas finalmente estavam acontecendo” e “A vida em nosso país seguia em ritmo acelerado, éramos como átomos num enorme acelerador de partículas. Mas, ao abrigo do ritmo dos novos tempos havia um oásis de calma. Um lugar pacífico onde eu podia dormir.”.

O diretor usou também a Coca Cola para mostrar essa transformação, assim que o muro cai vemos alguns soldados marchando e uma bandeira vermelha, essa bandeira agora não é mais a que representa o comunismo, mas sim da Coca Cola. O vermelho antes a cor do comunismo, passa a representar o capitalismo, através de uma das marcas mais importantes dos Estados Unidos.

Em uma das cenas mais famosas do filme vemos Alex discursando no aniversário da mãe, dizendo que no último ano nada mudou enquanto isso deitada na cama a mãe de Alex vê no prédio do lado uma enorme bandeira da Coca Cola sendo colocada. É a marca dos novos tempos. Como explicação Alex passa para a mãe sua primeira reportagem produzida, nesta ele diz que a Coca Cola foi uma invenção comunista.


A cena mais significativa dessa mudança e também a mais bonita do filme é a aquela em que Christine sai pela primeira vez do apartamento sozinha. Enquanto o filho dorme, ela se levanta e anda pelo quarto, e resolve ver até onde pode andar e sai do prédio. Confusa ela vê vários móveis velhos jogados na rua, vê um feirão de carros que não existiam na antiga Alemanha oriental e continua andando. Ao fundo da avenida ela vê um helicóptero levando uma estátua de Lênin – provavelmente que foi retirada de alguma praça – nessa estátua em particular Lênin está com um braço esticado e a mãe vê a estátua passar por ela, Lênin aponta para ela e a estátua segue seu caminho. É ali que o comunismo diz adeus à Christine, os novos tempos chegaram e a estátua de Lênin não tem mais lugar ou significado, ela continua parada no meio da rua atormentada até que seus filhos a encontram. A trilha da cena é crescente e atinge seu ápice quando a estátua passa por Christine.

Enquanto o comunismo morria Alex mantinha firme sua farsa e criava uma RDA para sua mãe com a qual ele sonhava: “Devo admitir, a minha encenação havia adquirido vida própria. A RDA criada para minha mãe era a que eu havia sonhado.”.

Na sua última reportagem Alex decide que dará um fim digno à República Democrática Alemã, ele pede para o primeiro alemão no espaço, o cosmonauta Segmund Jänh que agora é taxista encenar para ele um discurso:

“... Sabemos que nosso país não é perfeito, mas nossos ideais continuam inspirando pessoas no mundo todo. Podemos ter, às vezes, perdido de visto nossas metas, mas recuperamos nosso foco. O socialismo não visa o isolamento, mas sim ir até outras pessoas, conviver com outras pessoas. Na visa só sonhar com um mundo melhor, mas fazer acontecer. Portanto decidir abrir as fronteiras do nosso país”.

Assim Alex termina a sua “abertura”, de algum modo ele foi dando a notícia aos poucos para como a abertura pretendida por Gorbatchov. Ele faz uma interpretação subjetiva do que era o comunismo e assim constrói sua própria utopia.



[só foi um ctrl c + ctrl v, mas posso dizer que o Daniel é uma delicinha?]


quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

Minha vida sem mim


Isabel Coixet


Acabei agorinha de assistir esse filme, e tentando me recompor, resolvi escrever sobre ele.O filme que mais me emocionou nos últimos tempos [o que nem é lá grandes coisas, porque tenho visto poucos filmes recentemente, diz a dona de um blog sobre cinema].

O filme segue os últimos meses de Ann, uma jovem de 23 anos, casada que mora num trailler no quintal da casa da mãe e descobre estar com cancêr e que tem poucos meses de vida.Diante da descoberta ela faz uma lista de tudo o que tem que fazer antes de morrer, coisas como: dizer pra minhas filhas que as amo muitas vezes por dia, achar outra esposa pro meu marido, pintar meus cabelos, visitar meu pai na prisão, fazer outro homem se apaixonar por mim, dizer o que eu penso...


Com um plot desse é lógico que você poderia esperer um melodrama daqueles cheios de cenas clichês, mas ainda bem, não é isso que vemos na tela. Ann continua com sua vida normal ao lado das duas filinhas, do marido e da mãe grossa [interpretada por Deborah Harry - do Blondie]. Mas ela não se esquece da lista e arranja um amante, Lee [Mark Ruffallo] com o qual mantêm um relacionamento carinhoso, a impressão que nos fica é que esse relacionamento aparece para fazer os dias de Ann ficarem um pouquinho mais felizes e sua morte mais fácil, porque como disse seu médico "Morrer não é tão fácil assim".

Mas apesar de sua situação [a morte chegando, e vamos combinar que a vida dela nunca foi muito fácil, isso é perceptível desde o primeiro momento do filme, nos parece uma vida que não gostaríamos de ter], Ann parece calma durante todo o filme, mas isso não signifca que você não sinta sua dor, a diretora usa muitos planos fechados para nos colocar mais próximos da personagem e de seu mundo. E você entra no mundo dela, e sofre com ela. E com as cenas emocionates, [não confundam com pieguas, por favor] que nos são apresentadas. Cenas como: a que Ann e o marido estão na cama, e ela percebe que sua vida nunca foi muito boa [o que nos causa uma angústia enorme, já que sabemos que não há nada mais que ela possa fazer], as pequenas ceninhas inseridas ao longo do filme mostrando coisas de que ela sentirá falta, e a final, onde ela vê sua vida sem ela [sua vizinha jantando com o marido e com as filhas], e percebe que talvez ela nem seja tão ruim assim, e se for, não há problemas, aliás mortos não sentem saudades.

[FoxLife passou o filme com legendas com português de Portugal, aliás recomendo! Você aprende "outra " língua e ainda se diverte.]
[Reparem na cena de Ann no supermercado: "Ninguém pensa em morte no supermercado" diz Ann, e todos dançam ao seu redor. Ah, o capitalismo!]
A Jojo falou que gostou da variação de assunto de um post lá embaixo, estão aí vai algo que não tem absolutamente nenhuma relação com esse filme, mas que eu gosto mesmo assim: Pros fãs de The Kooks, finalmente chegou o novo single do segundo CD deles "Konks"[okay, só eu achei esse título um lixo?] - Always, where I need to be:




Aih, o Luke continha um Looosho (L). teenage mode off/

terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

Piaf


Piaf- La Môme (2007)
Oliver Dahan

Oscars 2008. Envergonhada admito que não vi quase nada [nem tão envergonhada assim, porque Oscar é balela e todo mundo sabe]. Vi apenas um, Piaf [e paramos por aqui porque o resto da tradução é muito brega]. Fui por dois motivos: adoro a Edith Piaf [duvida? olha ae meu last.fm], e adoro filmes franceses [duvida? vê os filmes de que eu já falei]. Bom, fui sozinha, numa bela tarde do ano passado, no Reserva Cultural [porque preguiça pouca é bobagem,praticamente só vou no cinema que fica instalado no prédio da minha faculdade].

O filme, é uma cinebiografia da cantora francesa, Edith Piaf [na realidade: Édith Giovanna Gassion, Piaf é passáro em francês, uma referência à sua voz poderosa, e ao seu tamanho ]. A história é contada de forma não linear , entrelaçando os momentos de sua vida com performances [Marion Coutillard, que interpretou Piaf e ganhou o Oscar não canta de fato as músicas. É tudo Piaf, isso porque os produtores acharam, com razão, que ninguém conseguiria interpretar as músicas com tamanho talento.]

A não-linearidade, nos leva cada vez a um momento diferente da vida de Edith, mas o resumão é esse: Edith, filha de uma mãe alcoolatra, é abandonada por esta e passa a cantar com seu pai [que era mágico], pelas ruas de Paris. Até ele ir para a guerra, quando Edith passa a morar com a avó paterna numa casa de carinho (é, num puteiro). Mais velha ela passa a cantar nas ruas denovo, até ser contrata por seu primeiro mentor, Louis Lepleé (Gerard Dipardieu) a quem chama de papai. Com a morte dele , ela volta às ruas, mas logo é re-descobrida, e encontra o sucesso. Mas não pense que o dramalhão acaba por aí. Edith, que nunca teve muita sorte no amor, se apaixona loucamente pelo boxerador casado Marcel, mas este morre num acidente de avião quando ia visitá-la em Nova York [sim, ela morou por lá uns tempos, mas nunca aprendeu a falar inglês.] Aliás, a cena em que Edith descobre que Marcel morreu é uma das mais poderosas do filme. Digo, "umas das" porque todas as cenas das performances de Piaf são lindas. Marion consegue passar a mesma paixão que Piaf passava no palco.

Preciso dizer, que esperei o filme todo para ouvir "Non,Je ne Regrette Rien". A música só chega no finzinho depois de vermos a cantora passar mal no palco algumas vezes, sua garra para voltar a cantar, seu vício e internação em clínica de reabilitação [ela tomava dez doses de morfina por dia]. Depois de tudo, parece que a vida da cantora se resume nessa frase: Non, je ne regrette rien (não me arrependo de nada.). Aliás, é o que ela mesma diz, quando ouve a música, composta por um soldado. A cena final é emocionante:
Tudo para se chegar ao fim, e perceber que:
"Non! Je ne regrette rien
Ni le bien qu'on m'a fait
Ni le mal tout ça m'est bien égal!"

Ou seja, "o mal ou o bem, pra mim são iguais". O importante é o grande legado que essa cantora deixou, e isso, ah! isso, o filme mostra muito bem!



Apresentação de Edith Piaf "Non, je ne regrette rien".



Marion Coutillard em Piaf.

domingo, 24 de fevereiro de 2008

Zelig


Zelig (1983)
Woody Allen

Eventualmente esse dia ia chegar, ele só demorou tanto por causa das firulas que eu comentei no post anterior. Mas ele chegou: hoje é dia de Zelig. \o/
Não, esse filme do Woody Allen não está no título do blog porque é o único filme que eu conheço que começa com a letra Z (acossado a zelig, de a à z... sacou?), tem também o... e o... Na verdade não tem nenhum, mas ele não deixa de ser especial.
O filme é um pseudo-documentário, sobre Leonard Zelig, um homem camaleão, capaz de se transformar em qualquer pessoa que esteja perto dele. O filme, passado na década de 20 mostra o a doença e o tratamento de Zelig com a Dr. Eudora Nesbitt Fletcher, por quem ele se apaixona, já que é interpretada pela Mia Farrow (veja bem, a Scarlett nem tinha nascido)
Humor é o que não falta, as situações como o plot já induz (oi? um homem camaleão)são surreais, as mudanças por quais eles passam, as raízes dos seus problemas psicológicos, o relacionamento com a Dr. Eudora. Tudo é retratado com muito humor com doses cavalares de nonsense e críticas aos Estados Unidos dos anos 20 sem deixar de lado as neuroses típicas de Allen e seu ritmo peculiar.
Bom, não há muito mais o que dizer, o filme é bem curtinho e aposto minha coleção do Doinel que vale muito a pena, quem não gostar pode vir cobrar de mim depois.E quem aí tiver o telefone do Sr. Allen, por favor me passar.

sábado, 23 de fevereiro de 2008

Jules & Jim


Bom, esperando a hora de me arrumar pra sair no sábado a noite, animada com minhas unhas vermelhas e a expectativa de me requebrar ao som de bandas indies, eu tenho uma epifania blogueira: faço muuuita firula pra escrever aqui, e nunca escrevo nada. Vide as 10 resenhas aqui postadas em três meses (okay, os números devem estar errados mas a idéia está aí.). Então, como uma Fênix, vou fazer isso renascer das cinzas (oi? adoooro um melodrama). E adoro mais ainda um filme francês. E tem um que queria comentar há séculos, mas nunca tive tempo.

Jules & Jim - uma mulher para dois.


Esse filme de Truffaut, como o título em português nos faz o grande favor de explicar, trata de um triângulo amoroso.
Jules gosta de Catherine, que gosta de Jules e também de Jim e porque não, também de Gilberte.
O filme retrata toda essa lambança amorosa, cheia de idas e vindas, gostos e não gostos. E antes que você odeie a Catherine, como eu odiei, vou falar o que acho que ela representa. O amor.Bom, nós sabemos que como dizia algum filósofo algum tempo atrás nós mudamos sempre, o amor não é diferente, e como Catherine, não é possível saber seu novo capricho.
Então, trocando em miúdos, é isso que o filme faz,mostra as faces do amor: inconstante como Catherine, ou fiel como o de Jules, que assiste à todas as escapadelas da mulher no melhor estilo "quero te ver feliz, e isso que importa".
A relação dos três também é mostrada de forma lírica,[é francês, né?]e é interessante ver como os três se completam, e se entendem muito bem, mesmo na situação em que se encontram.
Sem dizer, que é um filme do Truffaut, e se alguém, não sabe porque eu gosto tanto dele (só perde pro Woody, mas isso é outro assunto), assista! Eu até emprestaria meu DVD, mas já tá emprestado...



Ah, já que virou festa, vai aí uma dica musical: Nouvelle Vague.Banda francesa.Covers em ritmo de bossa nova.



Love will tear us apart (live @ Glasto) - [cara, daria um rim pra ir no Glasto]

Ah, sim! E quando eu aprender a tocar violão, a primeira música vai ser essa:



Jeanne Moreau - Le Turbillon de la vie [repare na letra, nem precisa falar francês pra entender do que ela canta: eeeee, as inconstâncias do amor.]

sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

Os sonhadores






Os sonhadores (2003)
Bernardo Bertolucci

Gelëre, tava com uma preguiça sem tamanho de escrever aqui. Ia falar de outro filme, parei, continuei, parei denovo, ia falar de um filme do Heath Ledger (povo de Hollywood, parem de morrer, nem tem mais graça), mas resolvi voltar com um dos meus filmes favoritos: Os Sonhadores.
A primeira vez que vi fiquei intrigada, da segunda comecei a entender, da terceira eu amei.
Então vamos ao filme em si. Um jovem estudante americano vivendo aventuras eróticas em Paris nos anos 60. Briiiiiiiiiiiiiiiiiinks!

É bem por aí, mas tem mais. O jovem americano em questão é Matthew (Michael Pitt, o mesmo de Últimos Dias) e as aventuras acontecem quando ele passa a dividir um apartamento com os irmãos Isabelle (Eva Green) e Theo (Louis Garrel *oi* queronaminhacozinhacommcasaquinhodeveludoverde), e os anos 60 é na verdade a primavera de 68, quando estudantes universitários tomaram Paris em protesto.

Os três jovens se conheceram na cinemateca francesa, local onde os "moviebuffs" iam para assistir de tudo, a relação se desenrola durante os protestos contra a demissão de Henri Langlois e o fechamento da cinemateca.
A partir daí não existe um mundo externo para os três, eles vivem trancafiados no apartamento
dos irmãos, a relação deles é composta de pequenos joguinhos infantis ou sexuais, muita música, referências cinematogáficas e discursos políticos vazios.
As referências ficam por conta de cenas reais dos protestos em favor de Langlois (Truffaut, Godard, Renoir estavam lá ), encenações, charadas, músicas (okay, tente ouvir o tema de "Os Imcompreendidos" e não se emocionar), fotos em paredes. É cinema, drogas, sexo e rock n´roll por todos os cantos.

É uma grande prova de amor ao cinema e ao amor em todas as suas formas, até as mais imcompreensíveis.

Cena :
A final! Edith faz qualquer um arrepiar.

Destaque: A música, a cidade, as paticipações especias, o figurino, o clima anos 60, enfim: tudo.